terça-feira, 30 de março de 2010

Hemograma nas infecções

Várias alterações hematológicas são observadas nos quadros infecciosos, dependendo do agente etiológico, extensão e local da infecção. As possíveis alterações observadas ao hemograma quanto à composição e morfologia dos leucócitos correspondem à cinética e função das células envolvidas nos processos de defesa contra um determinado agente infeccioso. Assim, os neutrófilos têm ação microbicida importante contra bactérias, enquanto os macrófagos agem contra agentes intracelulares (protozoários e bactérias intracelulares). Os eosinófilos, por sua vez, têm ação citotóxica contra helmintos, e os linfócitos T participam efetivamente da resposta contra agentes intracelulares como vírus, protozoários e bactérias intracelulares.

Caros Alunos, primeiramente vamos pesquisar como se apresenta o hemograma nos diferentes quadros infecciosos:
A) Infecção Bacteriana
B) Infecção Viral

3 comentários:

  1. Infecção bacteriana

    Nas INFECÇÕES por BACTERIAS INTRACELULARES, a NEUTROFILIA NÃO É ESPERADA como regra. Na TUBERCULOSE, por exemplo, grandes NEUTROFILIAS, caracterizando as chamadas reações leucemóides, são observadas na FASE DISSEMINDA DA DOENÇA(tuberculose miliar). Porém, a NEUTROPENIA pode se manifestar NOS PACIENTES COM ESPLENOMEGALIA. NESSES CASOS, em geral, o PACIENTE apresenta ANEMIA e PLAQUETOPENIA associadas. A MONOCITOSE, por sua vez, é uma manifestação freqüente nos PACIENTES COM TUBERCULOSE.

    As BACTÉRIAS EXTRACELULARES são responsáveis pela maioria dos casos de infecção bacteriana e suscitam diferentes mecanismos de defesa.
    A mobilização intensa dos neutrófilos contra as bectérias, explica a freqüência do aparecimento da NEUTROFILIA no hemograma de pacientes infectados POR BACTERIAS GRAM-POSITIVAS como penumococos, estafilococos ou estreptococos. Dependendo do grau de estímulo, células mais jovens da série granulocítica podem ser liberadas precocemente da medula óssea, caracterizando o “DESVIO À ESQUERDA”.
    Infecções causadas por BACTERIAS GRAM-NEGATVAS, cursam com NEUTROPENIA, provavelmente em decorrência de uma maior aderência dos neutrófilos ao endotélio dos vasos ou uma maior utilização no local da infecção.
    Algumas infecções bacterianas caracterizam-se pelo ACOMETIMENTO DA SÉRIE VERMELHA, caracterizada pela presença de PROCESSO HEMOLÍTICO. Por exemplo, CLOSTRIDIUM PERFRINGENS, é uma bactéria gram-positiva que produz uma toxina (lecitinase), que tem atividade hemolítica. No hemograma são observadas as características de ANEMIA HEMOLÍTICA, com presença de ESFERÓCITOS e HEMÁCIAS CONTRAIDAS resultantes da lesão das células pelos produtos da bactéria. Já a anemia hemolítica, associada à infecção pela MYCOPLASMA PNEUMONIAE são observados MICROESFERÓCITOS e HEMÁCIAS POLICROMATÓFILAS, presença de GRUMOS de HEMÁCIAS AGLUTINADAS. O VCM pode apresentar VALORES FALSAMENTE ELEVADOS em razão da presença dos grumos de hemácias.

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    Infecção viral

    Os vírus caracterizam-se por serem PATÓGENOS INTRACELULARES e por usarem a maquinaria da célula infectada para se reproduzirem.
    Embora a LINFOCITOSE seja a alteração mais comum nos processos virais, a LINFOEPENIA não afasta a possibilidade desse diagnóstico. Nas infecções causadas pelos vírus da SIDA, da hepatite, influenza e herpes tipo 8, assim como em algumas pneumonias bacterianas ou na febre tifóide, a linfopenia pode ser causada por diferentes mecanismos, como a destruição do próprio linfócito infectado, seqüestro esplênico ou desvio desses linfócitos para os linfonodos ou trato respiratório.
    Outras alterações podem ser observadas nos processos virais agudos, como ANEMIA LEVE, que pode ser decorrente de um processo hemolítico imune, como pode acontecer na mononucleose infecciosa, ou do comprometimento medular, com infecção da célula hematopoiética precursora, como acontece na SIDA. Alguns vírus podem estar associados a quadros de APLASIA DA MEDULA como vírus não-A, não-B, não-C da hepatite. Infecção por PARVOVÍRUS pode resultar em APLASIA TRANSITÓRIA DAS CÉLULAS VERMELHAS. A TROMBOCITOPENIA pode acompanhar quadros de rubéola, varicela e mononucleose infecciosa, enquanto a infecção pelo CMV em pacientes imunossuprimidos pode causar PANCITOPENIA.

    Fonte: O hemograma nas infecções. Disponível em:http://www.medcenter.com/Medscape/Content.aspx?id=18568. Acesso em 5 de Abril de 2010.

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  2. ****
    Infecção bacteriana:
    Bactérias intra e extracelulares apresentam formas diferentes de resposta imune.
    >bactérias intracelulares: tendo como exemplo a M. tuberculosis e a M. leprae, sabe-se que essas bactérias penetram nos macrófagos e estimulam tanto células TCD4 como TCD8.
    As células TCD4 são estimuladas a desenvolver uma resposta do tipo Th1, com secreção de IFN-g que ativará os macrófagos a produzirem óxido nítrico e, conseqüentemente, destruir a bactéria. Assim, nas infecções por bactérias intracelulares, a neutrofilia não é esperada como regra.Na Tuberculose, por exemplo, grandes neutrofilias, caracterizando as chamadas reações leucemóides, são observadas na fase disseminada da doença. No extremo, a neutropenia pode se manifestar nos pacientes com esplenomegalia. No caso, o paciente apresenta anemia e plaquetopenia associadas. A monocitose, por sua vez, é uma manifestação freqüente nos pacientes com tuberculose.
    >Bactérias extracelulares: são responsáveis pela maioria dos casos de infecção bacteriana e suscitam diferentes mecanismos de defesa. Quando as barreiras naturais são rompidas pelas bactérias, mecanismos imunes inatos na tentativa de bloquear a invasão do microrganismo.
    O início do processo inflamatório se dá pela migração dos neutrófilos e macrófagos ao local da infecção. Essas células vão fagocitar e destruir o organismo invasor, com a ajuda de anticorpos presentes no soro do hospedeiro e do sistema complemento.
    A mobilização intensa dos neutrófilos, inclusive dos estoques medulares na defesa contra as bactérias, explica a freqüência do aparecimento da neutrofilia no hemograma de pacientes infectados por bactérias gram-positivas como penumococos, estafilococos ou estreptococos, Dependendo do grau de estímulo, células mais jovens da série granulocítica podem ser liberadas precocemente da medula óssea, caracterizando o “desvio à esquerda”.
    Algumas infecções bacterianas caracterizam-se pelo acometimento da série vermelha, caracterizada pela presença de processo hemolítico. O VCM pode apresentar valores falsamente elevados em razão da presença dos grumos de hemácias.
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    Infecção Viral:
    Os vírus caracterizam-se por serem patógenos intracelulares e por usarem a maquinaria da célula infectada para se reproduzirem. Para a destruição dos vírus é necessária a interação do linfócito T com as células portadoras dos antígenos. Células TCD8+ reconhecem as células infectadas. Os anticorpos reagirão contra as células infectadas destruindo-as diretamente ou pela interação com os macrófagos.
    O grande comprometimento da resposta imune mediada por células na reação aos vírus, explica porque a linfocitose é tão comum nos processos infecciosos virais agudos. No entanto, se a resposta imune estimula a proliferação e a atividade linfocitárias, por outro lado, a presença do vírus pode causar um dano tecidual importante, com destruição celular, assim como pode provocar uma reação de hipersensibilidade pela expressão na membrana celular de antígenos, que são reconhecidos por anticorpos ou células da resposta imune, como ocorre na dengue e na hepatite. E, de maneira mais drástica, pode desencadear fenômenos de auto-imunidade, em resposta à expressão de auto-antígenos ou antígenos que mimetizam auto-antígenos, levando ao aparecimento de doenças auto-imunes, embora a linfocitose seja a alteração mais comum nos processos. Alguns vírus podem estar associados a quadros de aplasia de medula como vírus não-A, não-B, não-C da hepatite. Infecção por parvovírus pode resultar em aplasia transitória de células vermelhas. A trombocitopenia pode acompanhar quadros de rubéola, varicela e mononucleose infecciosa, enquanto a infecção pelo CMV em pacientes imunossuprimidos pode causar pancitopenia.
    Abraço a todos!!!

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  3. ...Infecção bacteriana:
    Bactérias intra e extracelulares apresentam formas diferentes de resposta imune.
    -Bactérias extracelulares: são responsáveis pela maioria dos casos de infecção bacteriana e suscitam diferentes mecanismos de defesa. Quando as barreiras naturais são rompidas pelas bactérias, mecanismos imunes inatos na tentativa de bloquear a invasão do microrganismo.
    Algumas infecções bacterianas caracterizam-se pelo acometimento da série vermelha, caracterizada pela presença de processo hemolítico.

    ...Infecção Viral:
    Os vírus caracterizam-se por serem patógenos intracelulares e por usarem a maquinaria da célula infectada para se reproduzirem. Para a destruição dos vírus é necessária a interação do linfócito T com as células portadoras dos antígenos. Células TCD8+ reconhecem as células infectadas. Os anticorpos reagirão contra as células infectadas destruindo-as diretamente ou pela interação com os macrófagos.
    O grande comprometimento da resposta imune mediada por células na reação aos vírus, explica porque a linfocitose é tão comum nos processos infecciosos virais agudos. No entanto, se a resposta imune estimula a proliferação e a atividade linfocitárias, por outro lado, a presença do vírus pode causar um dano tecidual importante, com destruição celular, assim como pode provocar uma reação de hipersensibilidade pela expressão na membrana celular de antígenos, que são reconhecidos por anticorpos ou células da resposta imune, como ocorre na dengue e na hepatite. E, de maneira mais drástica, pode desencadear fenômenos de auto-imunidade, em resposta à expressão de auto-antígenos ou antígenos que mimetizam auto-antígenos, levando ao aparecimento de doenças auto-imunes, embora a linfocitose seja a alteração mais comum nos processos.

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